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terça-feira, 17 de maio de 2011

Luciane Monteiro

Ai Zô... todos estes depoimentos me fazem lembrar de um tempo que passou... que não volta mais.
Antes, éramos adolescentes que tinham um ideal... hj somos adultos, pais e mães... o tempo passou e porque foi que não parou... porque o tempo não tem tempo para parar.
Me lembrei da poesia da Maria Pampim - Era uma vez

Eu mesmo nem sei se já contei esta estória,
Mas, de quando em quando ela me peala a memória.
E se achega de mansito. Fecho os olhos despacito,
E então, vem dar comigo de jeito.
Vou sentindo um nó na goela,
E um pouco mais abaixo dela,
Um forte aperto no peito.
Meu salseiro chorão, debruça no arroio da saudade
E volto, barbaridade, a galopear com o vento,
Buscar no fundo do tempo reminiscências,
Daquelas minhas querências, mais um tempo pra sonhar
Apeio e então deparo com o baú das lembranças:
Trastes que foram, no entanto, parte do riso e do pranto
Do meu mundo de criança.
Um mundo que eu fiz assim...
De mentira para os outros, mas, de verdade prá mim!
Havia uma faixa lindeira, que era a minha fronteira.
Então, me pareceu, que do lado de cá tudo era meu.
Toquei tropilhas, parei rodeios, me embretei nos devaneios,
E fiz cantigas.
Para as árvores; para os pássaros; para as formigas.
Pois mesmo em horas mal gratas, chorei sorrisos;
Gritei silêncios, cantei serenatas.
Fiz as melodias dos ruídos das cascatas.
Com as canas de taquara, armei meu rancho de brinquedo.
E tive medo que ele um dia desabasse,
Se acaso o vento soprasse, com fúria de desenganos,
Que às vezes, vem pelos anos.
Mas o fiz de frente para o norte
E foi mais forte que o vento,
Era tão bom nesse tempo!...
Pela quincha do galpão, simples já desde o chão,
Via meu teto de estrelas,
E dava gosto de vê-las, campeando no céu aberto,
Querendo prosear, por certo, com um vagalume vagabundo,
Qual faisca de braseiro, que passeava com seu candieiro
Pra alumiar coisas do mundo...
Um mundo que eu fiz assim...
De mentira, para os outros, mas de verdade prá mim,...
Ah!...Quantas vezes bebi água fresca da chuva;
E tomei meu mate quente quando passava tardes inteiras,
Bombeando o gado na mangueira, ou na invernada da frente.
Tão enlevado e entretido, pelas veredas da vida.
Fui feliz, é verdade!... Na infância e na mocidade,
Hoje, abro os olhos num repente, e, acho tudo diferente.
Do que guardei na memória, desde os tempos desta estória,
Enquanto me fazia gente.
Verdades nuas e cruas, com o passar de muitas luas.
E nesta sina de andar, tenho ganas de gritar:
-Porque o tempo passou?...Porque foi que não parou?...
Porque o tempo não tem tempo prá parar!
Vejo que tudo envelheceu. Tudo mudou. O tempo me venceu!
Levou o campo de coivaras. Meu rancho de taquaras;
Meu gado, meus potros. Tudo que foi meu por fim.
A realidade me entristece, Neste mundo que agora aparece.
E é de verdade, prá os outros,

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