ENVIE SEU DEPOIMENTO PARA: terradebravosctg@gmail.com

Segue abaixo os depoimentos. Ou escolha ao lado em "Depoimentos dos Integrantes".

Nossa História

Buenas amigos, irmãos e muito obrigado por todos os depoimentos escritos nos e-mail de aniversário do Terra de Bravos CTG. Sei que todos foram redigidos de coração e com mil lembranças na memória, recordando momentos e sentimentos por nós vividos, como se tivessem ocorrido ontem, mas já distante por anos que se passaram...
Quando decidi mandar o e-mail comemorativo do aniversário não tinha noção do rebuliço que causaria, mas fico muito feliz com o resultado!
Resolvi fazer meu depoimento de uma forma diferente, através de algumas fotos e relatar pequenos fatos ocorridos, mas que vão fazer brotar muitas outras lembranças. Este relato abaixo expressar meus sentimentos por estes irmãos, por este CTG e por todos estes anos de história.
Em 1991: sou integrante do grupo inicial que se encontrava no CTG Lanceiros de Santa Cruz em 1991 e que após algum tempo se denominou grupo GDAF Nacos de Saudade. - Dessa época me lembro dos primeiros ensaios em que liamos o manual de danças e tentávamos decifrar as coreografias e após algumas tentativas de dança íamos para a cozinha do CTG fazer umas cueca virda e chimarrão.
- Nesta época chegara ao nosso grupo um novo integrante, convidado pela Cláudia Dias  e vindo das bandas de Cachoeira do Sul nosso primeiro instrutor, Rovani Morales.
- No sábado a tarde, antes de nosso primeiro baile para juntar dinheiro para as novas pilchas, limpamos todo o CTG e enfeitamos com muitas folhas de coqueiro, que saimos pra caçar. Neste mesmo baile a noite, saímos para buscar mais meses na casa do Dair e de outros, para tentar acomodar todos os convidados, a pista ficou quase cheia. Um sucesso! 
- Como esquecer do temporal antes de outro baile, que destelhou uma parte do antigo galpão do CTG e que um porrete quase caiu na cabeça da Birtia.
- Das reuniões com a patronagem para solicitar sua ajuda ($$$) para nossa invernada;
- e da Kombi da Cláudia, sempre pronta para levar todos nos bailes. Quantas festas!
- e o charme daquela franja que eu e o Sandro Leão cultivávamos. Um verdadeiro tapa olho!

Em 1992: já com a orientação e ajuda do Rovani veio nosso 1° FEGART regional em Cachoeira do Sul, no CTG Tropeiros da Amizade, o qual foi o batismo de fogo da grande maioria. Passamos para dançar em Farroupilha na grande final. A música era “Patrão Velho”.
Várias são as histórias do acampamento em Farroupilha ..... (montar acampamento já na quinta-feira; futebol americano na lama; deixar o Márcio pelado na rampa de acesso ao acampamento; O Gio ir pro baile de cueca só de bota e pala; bailesito com o grupo de Pelotas no domingo a noite; .....) báááá que festa !!!

Outras lembranças dessa época:
- os novos componentes sempre passavam pelo período de experiência;
- quantas gauchadas fizemos para ir em bailes: Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Pantano Grande,... era vaquinha pra gasolina, era de ônibus, pedir carona, a pé,.... mas o que valia era a festa e chegar nesses lugares e ser prontamente reconhecido como um dançarino do Nacos de Saudade depois Terra de Bravos;
- falar o que dos rodeios: não tinha grota que a gente não se enfiava.... no Herança Farroupilha ou Candeeiro da Amizade – Vera Cruz, Xinaidão, Albardão, Candelária (nessa desatolamos um ônibus no braço), Passo do Sobrado, Vila Mellos, Vale do Sol (nesse quase toda invernada concorreu em interprete vocal), Entreverados do Quinto – Pantano Grande, .... báááá só coisa forte!!! E todos com inúmeras histórias de viagem de ônibus ou de carona, pousos em casas de estranhos, bebedeiras, mulherada, algumas peleias, troféus conquistados e novas amizades feitas !
- me lembro de quando pintei todas as botas e guaicas cinzas para preto, pois não tínhamos dinheiro;
- e os ensaios no galpão preto e pavilhão 2 na oktober, no qual até me deixaram pelado com a cueca pendurada na cesta de basquete!
- não poderia deixar de lembrar do meu saudoso “gato guerreiro”, que muito lidei  e até contei com a ajuda do Everton, tentou amansar a ferra, mas também não conseguiu, mazááá sócio!
- as inúmeras  tardes de mate, gravações de músicas e conversas no jornal  O Desgarrado.

Em 1993: veio nossa 1° camiseta, a azul Nacos de Saudade (tenho a minha até hoje, como nova) e a regional em Cachoeira do Sul, no CTG Gaudérios da Querência, sendo a macro-regional  em Butiá. Dessa macro existem verdadeiras lenas (eu pulando na frente do ônibus de canoas com uma faca na boca; os guris imitando borboleta no campo; o baile; ...) aí cada um se lembra da sua, pois daria um livro! A música era “Gauchinha Bonita”.



- Nessa época o maior “rival” era a invernada do CTG Laço Velho, com vocal dos Pereira.

Outras histórias:
- quem não lembra da interpretação da Andréia Becker no concurso de prendas do CTG Lanceiros: ....batatinha quando nasce .... !!!
- em uma apresentação num baile no pavilhão central, nosso antigo gaiteiro, acho que era o Valmor, bebeu todas antes da apresentação e errou a música do Anu, só me lembro do Dair gritando:  ...não para de sapatear.... e todo mundo perdido!
- das peleias com os guri de Rio Pardo, não podíamos nos enxerga.

Em 1994: trouxemos o Camilo, com vários ensaios no ginásio do colégio Goiás, a regional foi em Cachoeira do Sul, no Arrozão. Não existia mais macro-regional. Não passamos por erro dos jurados. A música era “Bailongo do mato grande” que mais tarde o Sentinela da Querência de Santa Maria usou na final do FEGART em Farroupilha, mas comprovar como ??







Antes da fase regional do FEGART a Andréa Monteiro saiu de carona, numa moto pra fazer espionagem do ensaio de outros grupos! Se não me engano naquela época existiam grupos no Rincão da Alegria, Lanceiros de Santa Cruz e Tropeiros da Amizade.

Algumas histórias dessa regional:
- a bebedeira no alojamento durante a noite, com o fiasco do “Ovelha” (que limpo o vomito num lencinho que a Cláudia deu) e o Glênio xingando a gurizada, mas bebendo escondido!
- as gurias fazendo os favos nos vestidos quase a noite toda e acordando as 05:00 pra arruma os cabelo;
- o Duda que dançou com uma costela trincada;
- e as botas novas, feitas em Soledade, mas que luxo !
Nesse mesmo ano houve a reunião no CTG Lanceiros em que comunicamos a saída de toda invernada adulta, nós de um lado da mesa e a patronagem do outro. Foi uma época de incertezas mas de muita união. Mas o Terra de Bravos CTG nasceu forte e imponente como seu nome, com a parceria da UNISC e uma nova fase começou.
Dessa parte me lembro:
- os primeiros ensaios em salas pequenas e depois o salão de espelhos;
- novos integrantes e mais confiança no taco;
- eu assim como outros atravessávamos a cidade a pé, até a UNISC para ensaiar;

Em 1995: na macro-regional de Santana do Livramento vivemos um momento de glória a afirmação, pois muitos não acreditavam em nosso novo CTG, mas dançamos e como dançamos, passando para final. Nessa época a coreografia era do Pedro Pedrozo e a musica era “Rancheira” e “Eu vim aqui pra dançar”.









Uma história que sempre sou lembrado pelos amigos é a peleia minha e da Cilene, dentro do ônibus indo para Farroupilha naquele ano, e a esposa do seu Odilon gritando: ..... véio, véio para o ônibus tá dando coisa lá atrás.... pá, pá, papá papááá... !!!!!










E a lida de bailes, rodeios e festas nunca parou. Algumas histórias são clássicos:
* o Dair dormindo só de cueca dentro do carro depois de um baile e de larga todo mundo em casa... até hoje esse é um mistério????
* fomos num bailão de carro (eu, Everton, Dair, a mais umas 4 pessoas do grupo, tava lotado o chevett) e inventamos pro Everton que o Dair era um lobisomem, e o Dair desligava todas as luzes do carro em movimento e uivava, nessas ruas do interior, o Everton véio se pelava de medo !!!!!!
* futebol em Rio Pardo, o PT (homem-aranha) pendurado na tela do ginásio, correria e nada de facão no porta mala !
* o Romero que quis bate no Pedrozo com uns pedaço de pau, num ensaio no salão dos espelhos no ginásio da Unisc.
* o Everton brabo com quase todo grupo, pois tinha trazido um professor para melhorar nossa “interpretação”, mas nunca rimos tanto !!!!
* na volta de um baile eu estava tão borracho que puxei da adaga e quis tentar corta um carro ao meio, que vinha contra mim, os guris me pucharam e caímos num barranco !
* futebol de bombacha;
* desfile nas semanas farroupilha;
* apresentações na festa do divino;
* o Sandro que namorava a Ana Hickmann !
* os namoros dentro do grupo e as várias brigas;
* ensaios sábados durante o dia, a noite baile (todos sempre juntos) e domigo ensaio de novo, e sempre ao nos encontrar era aquela festa, a união era nosso alicerce.
* os descarregos na casa da LIlian;
* minha mãe sempre fazendo as pilchas de 2 ou 3 grupos ao mesmo tempo e precisando esconder para manter segredo;
* não posso esquecer que o Gio queria apresentar, tocar pandeiro e cantar, mais aí combinávamos com o cara da mesa de som e era desligado o microfone dele depois de apresentar o grupo!
* teve um baile que fui eu, Sandro, Romero, Cilene, Monteiro e mais alguns pra Cachoeira, só que na hora de voltar pra Santa Cruz, já na rodoviária depois do baile nos lembramos da minha irmã. Tinhamos esquecido a Cilene no parque da Fenarroz, bááá que correria....

Em 1996: foi o ano de muitas novidades e mudanças, nesse ano houve a entrada do grupo vocal Alma Gaúcha para o grupo. Ocorreu a macro-regional que foi em Santa Cruz do Sul e infelizmente não passamos, mas dois dias depois já veio nossa viagem a Rússia, onde existem histórias em vários idiomas!!!! A música de entrada era “Eu vim aqui pra dançar” e de saída o "Baile da Saudade".

A viagem da Rússia possui tantas e tantas histórias, algumas não editáveis, mas não quero relar algumas e esquecer de outras, todas são inesquecíveis.



  Em 1997: foi a regional em Vera Cruz, com a concentração na casa do seu Paulo Monteiro, que já era quase nossa sede. E como esquecer daquela briga das gurias, a Cilene  xingando todas! A macro-regional foi novamente em Cachoeira do Sul, no Arrozão e novamente a briga com os jurados, entramos até com liminar..., mas passamos para final do ENART. Nesse ano já estávamos com o Marco e Carmen do Aldeia e a música era “Amar Amor”.

 .
Concorremos em muitos rodeios grandes: Soledade, Osório, Encantado ... outros nem tão grandes assim...
Fomos comissão julgadora de fase regional do FEGART da região de Lajeado, e julgamos muitos rodeios por aí, concursos de prenda, ...


Não posso deixar de lembrar de fatos tristes, como os acidentes ocorridos:
·      Rodrigão e Rovani que de moto bateram em um caminhão;
·      Aninha que machucou seu pé antes da viagem da Rússia;
·      Sandra que também teve um grave acidente;
·      Da Elaine que sofreu o mais grave de todos;
·      Acidente de carro da Sandra;
·     Acidente de carro com a Marise (mais recente);



Muitos amigos ajudaram a escrever essa história, uns por um período maior outros não, mas todos fundamentais.
Nos tornamos compadres, comadres,... enfim irmãos por opção e afinidade.
Posso me lembrar de vários outros momentos, assim como tu que está lendo também está se lembrando, mas tenho certeza que Deus nos proporcionou escrever juntos a mesma história por algum fato que eu ainda não compreendo, mas que entendo como fundamental para mim e que ficará para sempre guardado em minha alma.
Este relato de acontecimentos  vai até 1997, quando deixei de dançar no Terra depois da final do ENART, eu e mais alguns, devido a problemas que não convém mencionar. A união sempre foi nossa força maior e a falta dela nossa ruina.
Para mim até hoje é difícil falar daquela época sem causar um nó na garganta, fecho os olhos e como num passe de mágica estou novamente de bota nos ensaios, ao lado dos antigos amigos e buscando sonhos ...... mas ao abrir novamente me vejo mais velho, longe de alguns amigos e sentindo que falta continuar a escrever esta história.
Atualmente muitos dos antigos integrantes do grupo (Rovani, Monteiro, Gio, Batata, eu, Ana, Zoraia, Cilene, Cezinha, Paulinho, Romero) estão trabalhando para o sucesso da Manoca do Canto Gaúcho, festival nativista que já está consolidado em nossa cidade, aliado ao nosso sentimento de união tão forte, de não ficarmos longe um dos outros e sem deixar de inovar. Espero que mais pessoas, dos antigos tempos, se juntem nesse mesmo ideal maior, a cultura do Rio Grande.
Posso afirmar com certeza absoluta que vivi os melhores momentos da minha juventude ao lado de pessoas que compartilhavam os mesmos ideais, formando amizades para uma vida toda. Me conforta a alma saber que hoje existem tantos grupos na região e que ajudamos a abrir essa estrada junto com mais grupos da cidade.
Espero haver o dia em que possamos levar nossos filhos, afilhados, .... em nosso Terra de Bravos CTG novamente, para ensinar valores fundamentais e continuar a escrever uma história que jamais deveria ter sido interrompida, pois dessa forma vamos renascer nos tablados e palcos.
Peço desculpas se cometi algum erro, mas agradeço novamente a todos por seus depoimentos, pois a grandeza desse grupo se fez por pessoas simples como vocês mas de almas gigantes, que sempre manterão viva a história em seus corações assim como eu mantenho, pois um dia, lá no começo do grupo o Rovani me disse: ...nós faremos história aqui nessa região... e eu continuo acreditando nele. Abraço!

César Augusto Reis (BOCA)